domingo, 19 de janeiro de 2014

A verdade sobre o Hinário CCB





A Congregação Cristã no Brasil finalmente lançou a 5º edição do seu livro de hinos intitulado “Hinos de Louvores e Súplicas a Deus”.  Como nas outras edições, toda a irmandade, encarregados e o ministério estão se esforçando para se adaptar as mudanças. Mas nem todos conhecem a história do hinário CCB, então vamos mostrar um pouco da história desse livro tão amado por todos da CCB.

Sua 4º Edição foi publicada em 1965, sendo utilizada até março de 2013, quando então foi lançada a 5ª edição do referido hinário, contendo diversas alterações nas letras e nas notas de acompanhamento da melodia
Boa parte do hinário inicial é baseada em traduções de hinos do italiano para o português, haja vista que a referida igreja tem suas raízes oriundas de imigrantes italianos. Assim, os hinos são muitos deles provenientes do hinário italiano intitulado “Nuovo Libro D’Inni e Salmi Spirituali”, que possuía cerca de 300 hinos. Este, por sua vez, foi criado a partir da união de outros dois hinários.
Após este hinário, no ano de 1944 a Congregação Cristã no Brasil organizou o primeiro hinário em português para uso em seus serviços, denominado “Hymnos e Psalmos Espirituaes”. No prefácio deste hinário consta que “Foi o melhor que se adaptava ao desenvolvimento da CCB. A maioria dos hinos foi composta por irmãos de diversas nacionalidades.”

Apesar dos esforços da época, o hinário ainda possuía uma qualidade muito inferior, prevalecendo uma mera tradução literal que não respeitava os padrões gramaticais vigentes da época. As elisões (ato de eliminar ou suprimir) com vogais provocavam muita confusão e a acentuação tônica não se enquadrava com a acentuação métrica musical.
É nesta época que entra a figura da irmã Ana Spina Finotti, sobrinha do irmão Miguel Spina, que nessa década estava aproximadamente com 16 anos. Segundo a irmã Ana, o Irmão Francescon (fundador da obra no Brasil) pediu que não houvesse grandes mudanças por que a irmandade ainda era muito leiga.
Foi então que surgiu a primeira edição de “Hinos de Louvores e Súplicas a Deus”, em 1951, com 330 hinos. Sua principal característica em relação ao hinário antecessor foi a radical mudança das letras, para que fossem respeitadas novas convenções ortográficas e a correta acentuação dos fonemas com a acentuação natural musical.
Sob os mesmos argumentos, em 1965 foi editada uma nova versão de “Hinos de Louvores e Súplicas a Deus”, conhecido como Livro 4, por ser o 4º hinário da Congregação Cristã. Nesta nova edição, foram acrescentados hinos e retirados alguns outros, perfazendo um total de 450 hinos, além de 7 corinhos.
Uma das principais alterações, além de nova reestruturação das poesias, foi a eliminação de arpejos na clave de fá, restando apenas em 2 hinos: 125 (Minha oração) e 420 (Alegria sinto em servir Jesus).
No decorrer dos anos, este hinário sofreu algumas alterações, quais sejam:
  • Por volta de 1975, um hino teve que ter sua melodia alterada, pois era a mesma do Hino Nacional da Alemanha. Existem algumas especulações para o real motivo da mudança, mas a mais aceita é que judeus alemães convertidos para a Congregação Cristã se emocionavam e se entristeciam quando ouviam este hino, certamente por associarem o hino ao genocídio praticado pelos nazistas contra judeus e outras minorias. Outra versão é que moradores judeus da região do Brás, onde fica localizada a sede da igreja, revoltavam-se quando ouviam o hino sendo tocado pela orquestra;
  • Por volta de 1976 foi inserido nos hinários musicais os 12 pontos de doutrina da CCB;
  • No ano de 1980, uma comissão de músicos criou sinalização para arcadas de violinos. Este tipo de informação permitiu a uniformização das arcadas dos instrumentos de cordas da orquestra;
  • No ano de 1985, o hinário musical recebeu sinalização para respirações, sendo que vírgulas maiores representavam respirações de frase (mais longas) e vírgulas menores, respirações de semi-frases (mais curtas). Raros são os hinários de outras denominações evangélicas que possuem esta informação;
  • Em 1990, surgiram os primeiros hinários em espiral; até então eram em brochura, sendo que esta forma de confecção foi sendo extinta com o tempo;
  • Em 1992 surgiu o hinário para organistas, com sinais de dedilhados, inversões, oitavas e outras alterações para facilitar a execução dos hinos com órgão;
  • No ano de 2002, são editadas versões do hinário para instrumentos afinados em Si bemol e Mi bemol.
Os autores das poesias do livro “Hinos de Louvores e Súplicas a Deus” são em sua quase totalidade desconhecidos, uma vez que a Congregação Cristã no Brasil achou por bem preservar seus nomes. Todavia, é um dos hinários mais modernizados entre os existentes, diante da grande quantidade de informações para execução orquestral.


Sihdhis Barros

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